Pecuarista, Ativista, Mulher, Mãe, Protagonista de Documentário e muito mais”, assim apresento Carmen Perez a vocês. Uma mulher Forte, graciosa e dona de um sorriso encantador.

A Trajetória de Carmen Perez

Ela sempre esteve ligada à terra. Desde os seus 22 anos,  trabalha  com  criação de bezerros, na fazenda Orvalho das Flores, em Barra do Garças (MT). Iniciou acompanhando seu tio e não permitiu que a família vendesse as terras, este foi  o seu primeiro desafio, ainda jovem.

Insatisfeita com o sistema de manejo vigente na propriedade – considerado bruto demais na época – Carmen assume o compromisso de buscar alternativas lucrativas, respeitosas para com a vida dos animais, como ela mesma explica: “Quando eu tinha 22 anos, eu tive o privilégio de ouvir a voz da terra e isso me fez começar um movimento de transformação e de evolução da minha fazenda”.

Enfrentando a família e a todos os pensamentos enraizados daquela geração, ela se manteve firme, fiel aos seus princípios e à sua convicção, de que era viável ter uma produção baseada no respeito às pessoas, aos animais e à natureza. Pensando sempre à frente e buscando respostas as suas incitações, Carmen Perez encontrou o seu  caminho quando descobriu a ciência do bem-estar animale e o professor Mateus Paranhos da Unesp de Jaboticabal.

Crédito: Fotógrafa Carla Garner Benedini – Carmem Perez

Ela sabia que ali estava a sua missão e, por meio dos ideais do bem-estar animal, ela conseguiria deixar sua marca no mundo.Nos últimos dez anos, o que as pessoas mais me perguntam é como eu transformei tudo isso por meio do bem-estar dos animais”, declara a pecuarista. O trabalho foi árduo e gradual. Do amanhecer ao entardecer, de “manejo em manejo”, com calma, ela foi vencendo etapas e construindo sua história que hoje  inspira muitos produtores.

O Projeto “Quando Ouvi a voz da Terra”

Primeira Fase

Crédito: Fotógrafa Carla Garner Benedini

Em 2019, quando começamos a pensar neste projeto, nós Carmen, Nando e Flávia fomos desafiados. Percebemos também o quanto era preciso apresentar a história vivida por Carmen Perez na Fazenda Orvalho das Flores, localizada no cerrado brasileiro, onde destaca-se o trabalho com respeito aos animais e às pessoas.

Era preciso sair da zona de conforto de que temos domínio e entrar na realidade de outros produtores brasileiros de carne, entendendo seus desafios, o que pensam e suas verdades, tudo contado a partir do olhar muito atento e crítico da nossa protagonista, que em cada passo de sua caminhada também se aprofundaria nas camadas de sua vida e nos revelaria mais de suas vivências.

O projeto teve a sua primeira fase concluída em outubro de 2021. Em dois meses de produção, além da fazenda de Carmen, no Mato Grosso, a equipe visitou fazendas em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Pará, somando 12,5 mil quilômetros de estrada e infinitas histórias. Ao total são quase 40 horas de gravação, que foram carinhosamente transformadas em uma obra documental da agropecuária brasileira com aproximadamente 70 minutos.

Os temas abordados no contexto foram o bem-estar animal, meio ambiente e questões sociais. Em um cenário predominantemente masculino, a fazendeira de 43 anos, tornou-se  referência internacional no setor e ganhou cada vez mais respeito e reconhecimento pela maneira como lida com a vida e manejo no campo. Seu pioneirismo e ativismo em saúde e bem-estar animal são o ponto de partida para o filme, que traz novas narrativas e personagens inspiradores para quebrar paradigmas sobre o setor pecuarista brasileiro.

A ideia central do documentário é dizer, por meio de vozes do campo, que a prioridade é prezar pelo bem-estar animal e que isso significa tratar o bicho com respeito e gentileza desde o nascimento; compreender suas necessidades e conduzir naturalmente seu comportamento genuíno, como manter a natureza em harmonia, respeitando as pessoas e tudo mais que cerca a criação”, resume Carmen.

Quando Ouvi a Voz da Terra” foi idealizado por Carmen, em parceria com a jornalista Flávia Tonin e o documentarista Nando Dias Gomes. É um projeto cultural que constrói uma nova narrativa sobre o campo, tirando da frente os preconceitos, e restabelecendo um imaginário saudável. “Poder fazer um filme, e projetar para o mundo estas histórias por meio da arte, cria uma janela de conexão da cidade com o campo, para que as pessoas mergulhem neste universo e façam parte desta construção“, alega Nando.

O filme não conta com incentivos da Lei Rouanet ou incentivo fiscal. Assina a direção de Fotografia Ricardo Dias Gomes; Som direto, Dimas Caetano e Formiga Matarazzo; e a Produção Executiva é de Carmen Perez e Flávia Tonin.

 

O Projeto Quando Ouvi a Voz da Terra

Segunda Fase

A segunda fase foi lançada em 26 de outubro de 2022 e finalizada em 14 de dezembro2022 com o  quarto e último episódio da série documental, no Youtube, de forma gratuita,(www.youtube.com/@quandoouviavozdaterra). Depois de mostrar as cadeias produtivas de cacau, café e mel, a protagonista destacou, neste último episódio, o mundo da pecuária leiteira, as questões humanas de quem vive no campo, e seus desejos e desafios.

Crédito: Fotógrafo Igor Cordeiro- Durante entrevista Carmem Perez e Rita Hachiya

Para fechar a série foi escolhido o sítio “Vila Lactea” da produtora Rita Hachiya, que em Sorriso, MT, terra da soja, cuida de suas vacas chamando-as pelo nome; faz a ordenha do leite e produz o queijo artesanal. Cadeia produtiva muito questionada pela relação com os animais, Carmen passa um dia de trabalho com Rita e reflete sobre as questões do bem-estar animal e a “cura” que os animais também proporcionam às pessoas.

Crédito: Fotógrafa Carla Garner Benedini – Queijos artesanais de Rita Hachiya- Sitio Vila Lactea

“Toda a série foi uma experiência bem intensa, de descobrir novos lugares, novos tipos de produção, mostrando o Brasil que muitos desconhecem, mas que ao assistir nossos filmes fazem um resgate de sua memória afetiva e de suas famílias”, afirma a protagonista.

Crédito: Fotógrafa Carla Garner Benedini

Ao mostrar as viagens de Carmen pelo Brasil, foram debatidas questões importantes como a liderança feminina, as tradições familiares, a importância da maturidade; a produção em harmonia com a natureza e o bem-estar dos animais. Tanto o filme quanto a série contaram com a trilha sonora de Guito, revelação da novela Pantanal como Tibério. Em sua segunda fase, “Quando Ouvi a Voz da Terra” conta com patrocínio ouro da KWS Sementes e JBS, além de Corteva como patrocínio prata e apoio da MSD Saúde Animal e da 7ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio.

O Impacto

Crédito: Fotógrafo Igor Cordeiro

Quase com 50 mil visualizações desde a estreia dos episódios, o documentário original supera as 300 mil visualizações e todo o projeto, que se mantém ativo nas redes sociais, já impactou mais de 3 milhões de pessoas.

Pela identificação das pessoas com a protagonista, as belas imagens e nossa interação pelas redes sociais, o que era um projeto audiovisual se transformou em um movimento cultural que a cada dia ganha mais força pela identificação com seu propósito e por ser uma peça de entretenimento”, analisa a jornalista Flávia Tonin.

 

Reconhecimento & Premiações

Crédito: Fotógrafa Carla Garner Benedini – Carmem Perez
Crédito: Fotógrafa Carla Garner Benedini – Carmem Perez

O reconhecimento veio através do filme longa-metragem lançado em 2021. Tendo sido exibido em 4 festivais internacionais (Grécia, Reino Unidos e África do Sul), premiado nos Estados Unidos com a Menção Honrosa de Impacto Social no Latino And Native-American Film Festival (LANAFF), como também, recebeu o “Espantalho de Prata” na categoria cinema da 20ª Mostra de Comunicação do Agro da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA).

 Para não perder As Séries “Quando ouvi a Voz da Terra”

Link do Canal https://www.youtube.com/@quandoouviavozdaterra

Episodio 1 – https://youtu.be/4s7-TUkhefE
Episódio 2 – https://youtu.be/ScQUhzAcz10
Episódio 3 – https://youtu.be/ItFxMuKCdhg
Episódio 4 – https://youtu.be/zryjevV2rDE

O trabalho de Carmen Perez, envolve toda uma cadeia produtiva e transforma a forma de manejo, do olhar a natureza e o respeito aos trabalhadores. No decorrer de sua caminhada, com lutas e vitórias, construiu, aos poucos, uma nova forma de ver o agronegócio no Brasil.

Contato Flávia Tonin  Jornalista: E – mail: contato@flatonin.com.br

https://www.flatonin.com Cel : +55 15  981 666 787

 

Colunista Beatriz Negrão

Carreira desenvolvida na área de Comunicação, atuando em empresas no Brasil e no exterior. Publicitária, Jornalista, Pós-Graduada em Marketing pela ESPM com experiência em gestão de clientes e projetos. Como jornalista, escreveu matérias em diversas revistas do setor e proferiu palestras viajando pelo País, abordando o tema Agribussiness.

Certificados: Certificado Ministério Del Lavoro Italiano e internacional de Siena/ Itália.E – Mail: contato2@nomoremag.com