Tirando o máximo partido daquilo que o tempo nos dá
Outro dia descobri uma coisa fantástica: entre os 50 e os 60 anos o nosso cérebro atinge a máxima performance do raciocínio analítico e matemático. Que me desculpem os neurocientistas se não estou a ser 100% precisa, mas é mais ou menos assim.
Philippe Dumas. Fonte imagens: pinterest.pt
Isto me levou a pensar no que mais haverá em nós que nos é dado pela nossa biologia e que até hoje, na história da Humanidade, ainda não tínhamos tomado consciência porque não tínhamos vivido tanto tempo.
Esta linha de raciocínio vem na sequência do meu artigo do mês passado, quando a minha intenção foi despertar a consciência para a maravilha que é termos longevidade com maturidade, especialmente para nós mulheres, que já temos uma apetência própria para a introspecção e para nos auto analisarmos.
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É interessante tomarmos a consciência do tempo de vida que temos e percebermos até onde podemos levar o nosso corpo e a nossa mente, o que ainda temos tempo de trabalhar, de moldar e as barreiras que queremos derrubar. Acredito que seja por isso e pela crescente busca pela felicidade que tanta gente anda a investir em si mesma.
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Mais ainda, se pensamos que estamos a construir um mundo “Longevity Friendly”, iremos contaminar as gerações mais novas e este é um dos belos legados que deixamos. Mostrar aos mais novos a maravilha que é termos um plano de vida a longo prazo, mas também a importância que é tomarmos consciência deste tempo de vida, para que não se corra o risco de acordar tarde de mais, ou para evitar aquele stress do “já não tenho tempo” quando na verdade há tempo.
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Foi durante uma conversa com um amigo e futuro orientador de doutoramento que troquei umas ideia sobre o impacto da longevidade no desenvolvimento do nosso corpo e da nossa mente, porque se a longevidade está a dar-nos anos de vida, se o nosso corpo é hoje mais novo do que era antes, tal como já em tempos referi, então alguns dos processos de maturidade e de envelhecimento dos nossos órgãos e do nosso corpo podem ser adiados, empurrados mais para frente e, então será cada vez mais comum ser mãe pela primeira vez aos 50, quem sabe? Ele acha que, teoricamente, é provável, que alguns processos do nosso corpo sejam adiados, permitindo que façamos hoje coisas que há uns 20 anos atrás não seria possível com 50 anos. Interessante!
Shepard, fisiculturista aos 80 anos e Ruth Flowers DJ. Fonte imagens: pinterest.pt
Na sequência dessa conversa fiz um exercício que me ajudou a perceber, efetivamente, o impacto da longevidade. Numa folha em branco desenhei uma linha da vida que acabava aos 100 anos. Bom, estou com 51, o que quer dizer que se viver até aos 100 estou na metade da vida!!!!! Metade da vida num mundo que está a investir cada vez mais na longevidade, como faz o Japão, que quer ter uma sociedade que permita às pessoas viverem bem e felizes até aos 100.
Iris Apfel – Designer de Interiores
O impacto em mim foi qualquer coisa de impressionante. Eu costumo dizer que temos vários níveis de tomada de consciência das coisas. Um nível é puramente racional e à medida que vamos tendo uma consciência mais profunda, vai descendo da cabeça para o coração. Um processo gradual conforme vamos aprofundando a nossa reflexão sobre o tema. Neste caso foi uma queda vertiginosa da cabeça para o coração.
De tal forma que percebi que tenho tempo para fazer muito mais, posso ser bem mais ambiciosa na minha “bucktlist”, posso gerir o meu dia de um jeito e a minha semana de outra forma. Mas como trabalho nesta área, percebi também o impacto que isto irá ter na sociedade. Isto me leva a dizer que vivemos uma era da revolução do tempo e não da tecnologia, porque se a tecnologia muda a forma como vivemos, a tomada de consciência do impacto do tempo, isso sim vai revolucionar as pessoas e a tecnologia é, uma vez mais, um facilitador.
Então a mensagem que vos quero deixar este mês é: “tomem consciência do tempo”. Invistam nisso, na tomada de consciência e deixem de ir vivendo, que não há tempo para isso.
Ana João Sepulveda
CEO da 40+ Lab
Expert em Economia da Longevidade e em Envelhecimento Sustentado
Presidente da Associação Age Friendly Portugal, Embaixadora da rede Aging 2.0, Membro do Covenant on Demgraphic Change, da Rede Portuguesa de Ambientes Seguros, Saudáveis e Amigáveis e vogal da direção da Associação Cidadania Social.
Livros publicados:
2000 – Marketing Político na Internet, Editora Centro Atlântico.
2011 – Marketing para os 45+. Um mercado em expansão. Co-autor: Luis Rasquilha. Editora Actual.
Contatos:
Email: ana.sepulveda@40maislab.pt
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Reflexões de extrema relevância para a condução de nossos dias futuros.
Uma verdadeira aula de vida. Muito obrigada Ana João Sepulveda.
Ola Silvia. Bom saber que gostou da matéria. A equipe Nomoremag agradece sua mensagem.