Para a grande maioria das pessoas em Portugal, agosto é um mês de férias e comigo, felizmente e depois de muito tempo, também foi. Rumei a sul, para um cantinho do Algarve, mesmo muito bonito.
Estive com uma amiga e com amigas suas e a conversa andou quase sempre à volta daquilo que transmitimos aos outros e daquilo que de verdade somos. Isto a par do sofrimento de querer loucamente encontrar um parceiro e da dor que é não encontrar ou fazer quase tudo para ter um. Parece que chegamos a uma idade e deixamos de conseguir encarar como normal encontrar um namorado.
Mas voltando ao tema inicial, estes dias estive com outra amiga um pouco mais velha, que está francamente bem, assumindo uns cabelos brancos fantásticos e sentindo-se numa bela fase da vida. Na verdade, bastante animada com a mudança de vida que está a planear atingir em 2023. Também com ela falei sobre isto, sobre a nossa capacidade, ou não, de deixarmos transparecer mais a pessoa que somos no nosso íntimo. Uma verdade tanto para mulheres como para homens.
Faz uns meses eu falava com um amigo, engenheiro de corpo e alma, para quem tudo tem de ser lógico e coerente, e já não sei como a conversa levou-me a falar de mim e do meu lado mais romântico. Quando me ouviu, percebendo que eu sou na verdade uma romântica, disse ele: “afinal não és como eu!!” “És uma romântica!!”
Pois é!! Acho que na geração dos 50 temos muitas pessoas de pedra, ou melhor dizendo, pessoas empedradas, “enmuradas” (a palavra não existe, mas é a que me ocorre para representar o que tenho em mente), se quiserem. Pessoas que se cercaram de um muro de pedra, alto, forte e seguro e esconderam dentro desse muro a melhor parte delas mesmas. Se calhar também a parte que mais têm medo de mostrar.
Traumas, medos, dores, crenças estúpidas e limitantes, o que for. Deixamos um dos nossos mais belos lados escondido das outras pessoas, o que leva a que os outros tenham uma opinião sobre nós que não corresponde à verdade. No meu caso, não corresponde de todo!! Quando ouvi aquele comentário, lembrei-me de um namorado que se surpreendeu quando percebeu que eu era bem mais doce e romântica do que parecia.
Agora tenho um objetivo que ainda não sei bem como o atingir, mas quando souber digo. Prometo. Vou à procura desse meu EU, esse meu lado que escondo dos outros e quero encontrar uma forma de o colocar mais à vista. Desafiante, porque me obriga a mudar a forma como me dou aos outros e me mostro.
O lado bom de tudo isto é que, provavelmente, vou atrair para mim um companheiro que se identifica com aquela Ana que sou de verdade e não tanto com esta Ana “falsa”, que esconde um lado belíssimo.
Aceitam-se mulheres e homens que queiram aderir à busca do verdadeiro EU.
Ana João Sepulveda
Expert em Economia da Longevidade e em Envelhecimento Sustentado
Presidente da Associação Age Friendly Portugal e Embaixadora da rede Aging 2.0
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