Por Jussara Medrado

Nessa edição sugerimos obras de três autores brasileiros consagrados: Jorge Amado, Érico Veríssimo e Guimarães Rosa.  Elegemos grandes clássicos desses escritores que, através de personagens fictícios, reportam fidedignamente cada época de suas narrativas. Livros de formação e geralmente indicados pelas escolas muitos de nós podemos ter lido um ou todos eles. Nesse caso reler é um deleite à medida que conforme o tempo passa nossa percepção muda e o entendimento pode nos trazer uma nova experiência…

 

CAPITÃES DA AREIA – JORGE AMADO

O tempo não aplacou e tão pouco desatualizou a narrativa desse livro de 1937. No seu ano de lançamento Capitães da Areia causou escândalo e por determinação do Estado Novo, exemplares foram queimados em praça pública. Na primeira metade do século XX Jorge Amado colocava o “dedo na ferida” da sociedade. O romance urbano que retrata a realidade de meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, pobres e infratores, continua atual, já que essa realidade de abandono persiste nos grandes centros. Assim, com coragem e delicadeza o autor nos envolve e nos sensibiliza com seus personagens.

 

O TEMPO E O VENTO (TRILOGIA) – ÉRICO VERÍSSIMO

O CONTINENTE, O RETRATO, O ARQUIPÉLAGO

O Continente abre a mais famosa saga da literatura brasileira, O tempo e o vento. A trilogia — formada por: O Continente, O Retrato e O Arquipélago — percorre um século e meio da história do Rio Grande do Sul e do Brasil, acompanhando a formação da família Terra Cambará.

O Retrato, segunda parte da saga é dividido em dois volumes, onde Rodrigo Terra Cambará, neto do heróico capitão Rodrigo, constrói uma imagem de político popular e generoso, enfrentando as contradições de seus afetos privados e reafirmando sua inteireza ética e sua coragem.

O Arquipélago finaliza a trilogia protagonizada pela família Terra Cambará. Santa Fé, o Rio Grande do Sul e o Brasil como um todo se modernizam e já não cabem nos planos das oligarquias tradicionais. A história fictícia da família se mistura com a realidade fervilhante do país na primeira metade do século XX. As disputas pelo poder, a bravura e o amor marcam esta obra que se firmou como um clássico da literatura brasileira.

GRANDE SERTÃO: VEREDAS – GUIMARÃES ROSA

Publicado originalmente em 1956, Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, é uma das maiores obras da literatura brasileira que nos reporta ao sertão mineiro e como funcionava o poder em seu território mais remoto. A obra é um mergulho profundo na alma humana, capaz de retratar o amor, o sofrimento, a força, a violência e a alegria através de seus personagens fascinantes.

Fonte: https://www3.livrariacultura.com.br