É assim que muitos de nós se sente, outros é isto o que querem ser.

Outro dia estava a olhar para uma série de imagens de mulheres e homens maduros em todos os sentidos. Procurava uma imagem que transmitisse isso – uma pessoa com mais de 40 anos, não necessariamente de cabelos brancos, mas que exalasse maturidade, sensualidade e felicidade.

Robert Redford e Jane Fonda.

Depois de ver imagens destas pessoas que são modelos com mais de 60 anos, vi outras de artistas, muitos deles daí do Brasil, porque há um grupo de “elas” e uns poucos “eles” que estão a agir na mudança de mentalidades e fazem questão de mostrar que a idade não define uma pessoa, comecei a olhar imagens dos chamados cidadãos comuns. A verdade é que estas pessoas, cujas imagens chamavam a atenção do meu olhar, mostravam mesmo isso – pessoas maduras, adultas, de bem com a vida.

Giovanna Antonelli e Reinaldo Gianecchini

Quando mostro a pessoas mais jovens imagens deste tipo há um match imediato. Mais do que isso, mais do que os jovens se reverem naquelas pessoas, há uma atração e inspiração, há um “quero ser como ela”, ou “ele”. Isso é muito bom. Porque aproxima, porque coloca os mais velhos numa posição onde devem estar, de mostrar um bom caminho possível, de apontar um destino.

Aiden Brady e Gabriela Rickli-Gerster

Mesmo naqueles que me rodeiam, vejo isso. Vejo elas e eles, aqueles que estão bem na sua pele, e alguns que como eu passaram por um processo de autodescoberta forte, duro e grande, a chamarem a atenção na rua, a atraírem olhares.

Bruna Lombardi e Carlos Alberto Riccelli.

São bons cabides, como se diz. Pessoas a quem qualquer roupinha cai bem, dá a ideia que não precisam de grande make-up, a pele tem um brilho saudável e o sorriso é sexy, sensual. Concluo que a maturidade, física e emocional, é altamente sexy. Cada vez mais sinto isso.

Michael Justin.

Lembro-me de há uns tempos atrás, um ano mais ou menos, falar com uma amiga e dizer que o meu homem ideal era mais novo que eu e mais jovem, em termos de maturidade. Ela disse-me que estava a ver mal o filme, que o homem que eu queria era um homem maduro. Estávamos nesta troca de opiniões porque ela tinha um novo namorado, mais ou menos da mesma idade, mas já todo de cabelos brancos e o homem que eu tinha na minha mente não tinha um único cabelo branco.

Carmem Dell’ Orefice.

Então a minha amiga disse-me: “vais parecer uma ‘cougar’”. Hum??? Cougar, o que é isso? Respondi. Para os que não sabem, uma “cougarwoman” é uma mulher mais velha, aquela “cinquentona” dos anos 90, estão a ver? Pois. É uma dessas mulheres que anda com homens bem mais novos, seja só para sexo ou um namoro.

Pinterest.

Efetivamente não era isso que eu queria, mas também não era a isso que me referia. Como sabem tenho 53 e imaginava este homem na casa dos 40s. Achava que assim ele ia aguentar a minha pedalada, como dizemos deste lado do atlântico. Nota: aguentar a pedalada é aguentar o ritmo.

Richard Gere.Ator.

A verdade é que o meu amor é meio grisalho, uns anitos poucos mais novo, mas é efetivamente um homem maduro. Não sei se é porque gosto dele, mas o que me chamou a atenção quando o conheci foi o seu sorriso maduro, não sei como descrever isso.

Senti que tinha ali uma pessoa com cabedal para me aguentar, para caminhar comigo. Uma pessoa que tinha vida suficiente para perceber a minha e não um jovem a quem eu tenho de explicar uma série de coisas porque não tem vida.

Iris Aplfel.

Por isso, caríssimos, deixem-se inspirar pela vida, aceitem e acolham a maturidade porque ela faz de nós ainda mais belos e sensuais, mesmo com todas as rugas do mundo. Não é o meu caso, mas penso naquela senhora que é cada vez mais um ícone, agora com mãos de 100 anos – Iris Aplfel.

 

 

 

Colunista:

Ana João Sepulveda
Expert em Economia da Longevidade e em Envelhecimento Sustentado
Presidente da Associação Age Friendly Portugal e Embaixadora da rede Aging 2.0

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