Estes dias tenho me deparado com o tema da família e o quão importante ele é para as pessoas, à medida que envelhecemos, ou se quiserem, à medida que a longevidade aumenta.
Dan Buettner – https://danbuettner.com/about/
Bem sei que no já referido projeto das Zonas Azuis, Dan Buettner identificou a família como um dos pilares da sociedade e um dos aspectos essenciais para que as pessoas vivam mais tempo. Mas o que eu quero partilhar neste artigo é mais uma perspectiva pessoal e de vivência da importância da família, de sangue, porque no próximo artigo quero falar da família de coração.
Um dos meus grandes amigos referiu que deixou de celebrar o aniversário porque ao longo do tempo a família foi decrescendo e hoje está restrita aos pais e ao irmão. Ontem, uma pessoa que conheci referia, com uma profunda dor no coração, o fato de já ter perdido pai e mãe e de, ao longo dos anos e por motivos diversos, ter deixado de falar com o irmão.
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Como socióloga que olha para a demografia, sei que estamos a ter cada vez menos pessoas por geração, o que se traduz em famílias com poucas pessoas e mais envelhecidas. Vamos tendo também famílias que acabam porque as pessoas decidem não ter filhos, ou mesmo não formar família. Por isso, este é um tema importante para mim, como profissional.
Victoria Beckham e filhos. Pinterest
No entanto, o que gostava de focar aqui é um outro lado, o lado humano da família e a importância que ela tem para todos nós. Bom, eu pelo menos não conheci uma pessoa para quem a família não seja importante, felizmente.
A família é a nossa referência, é o nosso primeiro local de socialização, onde aprendemos o que é ter significado, dar e receber amor. É no seio da família que nos formamos enquanto pessoas. Por isso, quero escrever sobre o tema numa lógica de partilha e de sensibilização.
Halle Barry e filha. Pinterest.
A partilha tem a ver com o suporte que a minha família tem sido para mim ao longo dos tempos, quando os tempos são mais “carregados”, e também com a felicidade que é para mim poder dar, contribuir e proporcionar felicidade a estas pessoas que fazem parte da minha história até hoje.
Angelina Jolie e o irmão James Haven. Pinterest.
Tenho a sorte de ter pais vivos e bem de saúde, mesmo para a idade. De ter uma irmã, um irmão, sobrinho e cunhada. Mesmo que não me dê com todos da mesma forma e com a mesma frequência.
Carys e a mãe Catherine Zeta-Jones. Pinterest.
Nesta minha busca pela minha essência, tenho percebido a influência que a família tem na felicidade e autoestima das pessoas. Aqui então a sensibilização, porque é preciso perceber que esta família de sangue não se escolhe, nasce-se nela. Por isso pode ser mais complicado aceitar, compreender, amar, perdoar, acolher, libertar, enfim.
Muitos de nós andamos anos a lutar com aspectos que se colocam entre nós e a nossa felicidade e a família pode bem ser um desses aspectos. Alguns de nós estão a reconstruir a sua família e outros, a formar a sua família, mesmo depois dos 50.
Jeniffer López e a mãe Guadalupe Rodríguez. Pinterest.
O bom da longevidade é que nos dá mais tempo e maturidade. Então se é assim, deixo a proposta de olhar para você e para a sua família, mas, principalmente para a forma como ela habita o seu coração. Porque se ela habitar em paz, você é feliz. Se tiver uns pedacinhos de falta de paz, hoje em dia já temos como buscar o “remédio” para sarar as feridas e ter uma relação mais humana e pacificada com a família, dentro do seu coração.
Ana João Sepulveda
Expert em Economia da Longevidade e em Envelhecimento Sustentado
Presidente da Associação Age Friendly Portugal e Embaixadora da rede Aging 2.0
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