Tirei férias! Escolhi a Pousada Quintal da Prosa, São Francisco Xavier, para me hospedar. Encantei-me com o lugar e com as incríveis pessoas, incluindo a família do proprietário, Gustavo Ceruks.

Crédito: Arnaldo, Sandra e Gustavo Ceruks – Acervo Quintal da Prosa

Não resisti e, quando percebi, já estava escrevendo suas histórias. A cada entrevista, deixei-me levar pela cultura da região e suas tradições. Cada um compartilhava seus sonhos, suas lutas e conquistas. Ri, me emocionei, tomei café e aqui está o resultado. Foram momentos fenomenais.

Essa matéria em especial, trata disso: histórias que remontam às origens da família e aos valores que sustentam esse refúgio. A troca de ideias, leve e descontraída, remete ao verdadeiro espírito do que significa estar ali: um lugar onde o tempo parece desacelerar e as preocupações do mundo exterior desaparecem.

As raízes letas que floresceram no Quintal da Prosa

Crédito: Em primeiro plano Sandra Ceruks e Natália, segundo plano, Arnaldo e Gustavo Ceruks- Acervo da pousada

A história do Quintal da Prosa é profundamente entrelaçada com a trajetória de vida de Arnaldo Ceruks. Suas memórias remontam à chegada de seus pais ao Brasil, em 1946, fugindo do cenário de guerra na Letônia e em busca de um novo começo. Foi nesse solo estrangeiro que a família Ceruks encontrou seu refúgio.

A ideia de criar uma pousada com jeito de casa de campo surgiu mais tarde. Gustavo, que estudou turismo, hotelaria e gastronomia, viu com seus pais a oportunidade de unir paixões e trazer à tona as raízes da história da família. Foi Gustavo quem insistiu em se instalar nas montanhas de São Francisco Xavier, já sabendo das crescentes possibilidades turísticas da cidade. Logo, perceberam que São Chico já atraía principalmente paulistanos que buscavam simplicidade e segurança, o perfil ideal para o conceito que propunha.

O início

Crédito: Casa sede- Quintal da Prosa

Arnaldo, Gustavo e a família encontraram um antigo sítio, há poucos quilômetros do centro, uma bela vista para o Pico da Onça e margeado pelo Rio Manso. A casa sede foi ampliada e reformada, deixando a luz entrar e tornando-a ainda mais acolhedora. As centenárias mangueiras deram sombra ao novo redário com vista ao pôr-do-sol, ao som da fonte de antigos azulejos azuis. Cada canto foi visto com o carinho de um lar de portas abertas para quem quiser chegar para um café.

A graça de um quintal

Crédito: Casa sede- Acervo Quintal da Prosa

O conceito era claro: criar um quintal, que apesar de remeter às quintas europeias, mantivesse uma identidade própria. “Aqui não é quinta, aqui é quintal”, diz Sandra Ceruks, sócia da pousada, explicando a escolha do nome que carrega uma conexão afetiva com as raízes brasileiras.

Um dedo de Prosa

Crédito: chalé Cecilia Meireles – Acervo Quintal da Prosa

Sandra, ainda relembra que, sendo a prosa um gênero literário, as acomodações receberam os nomes Cecilia Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa e Mário Quintana. A ideia, explica ela, era relembrar que mais que um belo local, o que mais importam são as conversas e histórias que acontecem ali.

Crédito: Chalé Carlos Drumond de Andrade- Acervo Quintal da Prosa

“A ideia de prosa, tanto como gênero literário como uma forma de interação casual e despretensiosa, está profundamente enraizada no ambiente da pousada”, continua Sandra. “Essa coisa informal, né? Remete muito à memória de conversar no quintal da fazenda, de não ter nada o que fazer”, reflete com um sorriso.

Crédito: Acervo Quintal da Prosa

A proposta do Quintal da Prosa é exatamente este: um lugar onde o objetivo principal é, paradoxalmente, não ter um objetivo. “O que você vai fazer em São Francisco Xavier?” questiona Sandra, ecoando o pensamento de muitos visitantes. “Bom, você pode não fazer nada!”. Além das trilhas, cachoeiras, restaurantes, cafés e passeios ecológicos que São Francisco Xavier oferece, a pousada relembra que, por vezes, tudo o que precisamos é realmente não fazer nada.

Crédito: Chalé Carlos Drumond de Andrade- Acervo Quintal da Prosa

O nome “Quintal da Prosa” foi escolhido para refletir a simplicidade e o acolhimento que queriam transmitir, além de homenagear o festival literário que acontecia na cidade.

Crédito:  Varanda do quintal -Acervo Quintal da Prosa

Arnaldo, com sua paixão pela carpintaria, construiu muitos dos móveis, utilizando madeira de sua fazenda em Monteiro Lobato. ” As madeiras e os dormentes que você vê aqui foram feitos por mim”, diz com orgulho, destacando como cada detalhe foi pensado para valorizar o ambiente.

Crédito: Natália e Gustavo Ceruks

Hoje, após quase uma década de funcionamento, Arnaldo reflete sobre o Quintal da Prosa e a qualidade de vida. ” A família do nosso filho Gustavo tem seu sustento e uma boa qualidade de vida, e isso é o que importa”, afirma.

Crédito: Acervo Quintal da Prosa

Ao caminhar pelos espaços cuidadosamente preservados, sente-se algo diferente no ar. Sandra nos conta que a Pousada é um reflexo direto das contribuições de cada membro da família. O piano na sala, pertence à pianista da casa assim como o violoncelo, ao violoncelista. E assim, pouco a pouco, cada canto foi ganhando vida, envolto na vibração que só o amor genuíno pode gerar.

Crédito: Acervo Quintal da Prosa

Esse sentimento não passa despercebido aos olhos dos visitantes. Muitos chegam à pousada em busca de algo indefinido, mas, ao cruzarem o portão, sentem que encontraram o que procuravam. ” as pessoas chegam aqui e dizem: “Esse lugar é diferente “, “Aqui tem uma energia especial”, conta Sandra. É essa conexão que faz com que muitos hóspedes voltem ano após ano, transformando a pousada em sua casa de campo particular.

Crédito: Varanda Casa Sede – Acervo Quintal da Prosa

A pousada está sob a administração de Gustavo Ceruks, filho do casal Sandra e Arnaldo. Gustavo com simpatia e experiência adquirida na área de hotelaria, trouxe novas perspectivas que contribuíram para o crescimento do empreendimento. Por exemplo, há dias em que Gustavo recebe seus hóspedes para um jantar especial na Casa Sede. ” É uma noite diferente, onde temos a oportunidade de conhecer os nossos hóspedes e prosear”, declara.

Crédito: Acervo Quintal da Prosa

O café da manhã segue o fio condutor do acolhimento. Variado todos os dias, desde o cardápio à apresentação da mesa, se constitui em um atrativo especial. É quando, normalmente, hóspedes e anfitriões se reúnem para prosear e compartilhar momentos e dicas de passeios em São Francisco Xavier. Gustavo trouxe à cozinha do Quintal da Prosa o resgate de receitas tradicionais do tropeirismo da região, com uma pitada de sofisticação.

Crédito: Acervo Quintal da Prosa

A decoração, paixão de Sandra, busca equilibrar a simplicidade com um toque contemporâneo, remetendo memórias afetivas sem perder a leveza.

Uma árvore mágica

Crédito: Acervo Quintal da Prosa

No Quintal da Prosa, três árvores exóticas se destacam, guardando histórias e segredos que datam de tempos antigos. Quando a família Ceruks adquiriu a propriedade, as enormes árvores já estavam lá, silenciosas testemunhas do passado. Arnaldo acredita que as espécies, centenárias e não pertencentes à flora brasileira, foram trazidas possivelmente durante o Império, em um período em que muitas plantas exóticas chegavam ao Brasil, como aconteceu com a coleção do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Crédito: Acervo Quintal da Prosa

A “maçã de elefante” ou ” flor de abril”, nome popular da espécie Dillenia indica, não é venenosa, mas é difícil consumir devido à sua acidez que “amarra a boca”, como descreve Arnaldo. Apesar do amargor, o fruto possui conhecidas propriedades fitoterápicas, especialmente no alívio de dores nas articulações. Uma solução caseira logo foi usada como um aliado da família.

Crédito: Acervo Quintal da Prosa

O Quintal da Prosa sempre foi um lugar de acolhimento. Os proprietários fazem questão de sublinhar que é um espaço inclusivo, onde todos são bem-vindos. “O amor constrói tudo”, afirma Sandra. E é essa convicção que sustenta a essência do lugar: a paz e a tradição se entrelaçam para criar um refúgio verdadeiramente especial.

Saí dali com o pensamento de que o Quintal da Prosa não vende apenas hospedagem; oferece a oportunidade de se reconectar com a tranquilidade, de valorizar as pequenas coisas e de simplesmente estar presente. Enquanto isso, memórias e histórias como a de Arnaldo sobre a Letônia, se entrelaçam com a experiência dos hóspedes, criando um ambiente onde se pode sentir como parte de algo maior: uma grande Prosa que continua a ser escrita dia após dia.

TAG: Estrada do Rio Manso, 2317- Rio Manso, São Francisco Xavier |Distrito de São José dos Campos|SP
WhatsApp (12) 98804-0823 (Vivo), pelo (12) 99727-3778 (Vivo)
Site: https://quintaldaprosa.com
Instagram: @pousadaquintadaprosa – https://www.instagram.com/pousadaquintaldaprosa/
e-mail para quintaldaprosa@gmail.com

A cidade de São Francisco Xavier

Crédito: Foto reprodução/ Nomad Place

Aninhada nas montanhas da Serra da Mantiqueira, São Francisco Xavier é um destino que parece ter sido esculpido para aqueles que buscam tranquilidade, natureza exuberante e uma pitada de aventura. Esse distrito de São José dos Campos, a cerca de 150 km da capital paulista, é um refúgio perfeito para quem deseja escapar do ritmo frenético das grandes cidades e se reconectar com o essencial.

Ao chegar, o visitante é imediatamente envolvido pela atmosfera acolhedora da vila. Com ruas de paralelepípedos, casas simples e charmosas, e uma igreja no centro que parece ter saído de um conto, São Francisco Xavier oferece um cenário que convida à contemplação. A vida por aqui corre devagar, ao ritmo dos sinos da igreja e das conversas nos cafés locais, onde o tempo parece ter desacelerado propositalmente.

Entre as cachoeiras mais procuradas estão a do Roncador, com suas quedas d’água imponentes, e a Pedro David, um convite ao descanso em suas piscinas naturais. Para os mais aventureiros, a trilha até a Pedra da Onça proporciona uma experiência única, com uma vista panorâmica que abrange todo o vale.

O turismo gastronômico também tem seu espaço em São Francisco Xavier. O distrito é conhecido por seus restaurantes que valorizam a culinária local, com pratos que utilizam ingredientes frescos e orgânicos, muitos deles produzidos na própria região. Não é difícil encontrar delícias que vão desde a tradicional comida mineira até sofisticadas receitas internacionais, todas servidas em ambientes que vão do rústico ao elegante, sempre com um toque de simplicidade que é marca registrada da vila.

Villa K2 :Quando a culinária e arte se encontram em São Francisco Xavier

Crédito: Fotografo Ayelet

A jornada de Cacá Borgonovi e Cláudia Matos

Cacá Borgonovi, natural de Campinas, sempre foi movida por um espírito inquieto e determinado. Ao longo de sua carreira atuando na área de grandes eventos, ela encontrou o sucesso, mas também enfrentou a exaustão que esse ritmo impunha. Em 1999, durante o Carnaval, Cacá visitou São Francisco e se apaixonou pelo local.

O encanto foi tão grande que ela decidiu comprar um terreno na cidade. Inicialmente, o plano era ter uma casa de veraneio para os finais de semana e feriados, mas a ideia de um dia morar ali começou a crescer. Em 2014, Cacá e Cláudia se mudaram para São Francisco Xavier.

O nascimento do Villa K2

Crédito: Acervo Villa k2

Depois da mudança, a ideia de não fazer nada não combinava com o espírito empreendedor de Cacá e sua sócia, Cláudia. Juntas, decidiram abrir um restaurante que trouxesse algo novo e especial para a cidade. A casa no centro da cidade que compraram era tão antiga e deteriorada que qualquer tentativa de reforma parecia inútil, relembra Cacá.

A solução foi começar do zero. Elas chamaram o arquiteto Carlos Verna, de São Paulo, reconhecido pelo seu trabalho nesse segmento, e disseram ao arquiteto: “Queríamos algo rústico, mas bacana”, explica Cacá.

Dois anos depois, em 2016, o Villa K2 abriu suas portas. O restaurante foi cuidadosamente projetado para preservar a harmonia rústica do entorno, com uma estrutura de dois andares que, apesar de inicialmente surpreender os moradores, logo conquistou a comunidade.

O cardápio: uma obra em constante evolução

Crédito: Filé de truta defumada com purê de banana terra e farofa de Bijú- Acervo Villa k2

A essência do Villa K2 está no delicado equilíbrio entre o rústico e o refinado, uma combinação que reflete a alma de suas fundadoras. Cláudia, com sua vasta experiência em pousadas e restaurantes, liderou a cozinha nos primeiros anos, desenvolvendo um cardápio que, embora inicialmente modesto, cresceu em reconhecimento e sofisticação ao longo do tempo. Elas criaram um ambiente acolhedor que ressoa com a alma de São Francisco Xavier.

Mais tarde, um novo capítulo se iniciou com a chegada do chef Léo Àssimos, que trouxe um toque de inovação ao Villa K2. Léo, um mineiro que adicionou novos sabores ao cardápio, incluindo frutos do mar que antes não faziam parte das opções. “Ele deu um up no nosso cardápio, e a expertise dele trouxe um diferencial que foi muito bem recebido pelos nossos clientes”, comenta Cacá com satisfação.

 

Hoje, o cardápio do Villa K2 é uma verdadeira celebração da culinária brasileira, enriquecida com toques de sofisticação. Entre os pratos mais aclamados, destaca-se o Tournedo de mignon ao poivre, batatas ao murro e cebola caramelizada. Outro clássico é o Gnocchii de mandioquinha com camarão, gratinado, um prato que se tornou uma opção favorita, especialmente nos dias frios.

Além da mesa: um espaço de cultura e conexão

Crédito: Acervo Villa k2

O Villa K2 não se resume apenas à culinária. O espaço é um verdadeiro centro cultural em São Francisco, com eventos variados que vão desde exposições de arte até lançamentos de livros. “Aqui no mezanino, temos uma área para eventos. Já realizamos diversas exposições de quadros, palestras e lançamentos de livros”, destaca Cacá.

A última exposição contou com as obras da artista Friederike Mundt, uma alemã radicada em São Francisco, que trouxe sua arte moderna para o Villa K2. Suas obras, que misturam técnicas de acrílico, giz de cera, aquarela e nanquim, encantam os visitantes e mostram o lado cultural vibrante do restaurante.

Crédito: Acervo Villa k2

Além disso, o restaurante oferece uma seleção exclusiva de vinhos da Grand Cru, caipirinhas criativas, drinks variados e cervejas artesanais da região, a exemplo da Perigosa, Macaco Louco, Weiss Führer e Gandhi Índia.

Crédito: Acervo Villa k2

O espaço abriga uma coleção de azeites e temperos sofisticados, todos à venda, permitindo que os visitantes levem um pedaço da experiência do Villa K2 para casa. Esses produtos, como tudo no local, são escolhidos com um cuidado extremo, refletindo a mesma atenção aos detalhes que se encontra em cada prato servido. “Aqui, já tivemos de tudo um pouco, e sempre estamos abertos a novas ideias”, conta Cacá com entusiasmo e completa: “Queremos que nossos clientes vivam uma experiência completa, que vai além da comida”, finaliza Cacá.

Encontros e memórias duradouras

Crédito: Acervo Villa k2

Aqui, o tempo parece desacelerar, permitindo que cada visitante se entregue ao “nadismo”, uma prática que Cacá descreve como a verdadeira essência de São Francisco Xavier. No Villa K2, não se trata apenas de fazer uma refeição, mas de viver um momento que fica guardado na memória, como uma prosa tranquila ao cair da tarde, em um quintal cheio de histórias para contar.

Crédito: Acervo Villa k2

Com amor, dedicação e um olhar atento ao que é autêntico, Cacá Borgonovi e sua sócia, Cláudia Matos, transformaram um antigo terreno em São Francisco em um restaurante que hoje é referência de qualidade, cultura e inovação na cidade. “Estamos nessa caminhada, sempre buscando oferecer o melhor para nossos clientes”, conclui Cacá.

No Villa K2, cada refeição é uma celebração da vida, e cada visitante leva consigo uma memória única, um pedaço do coração de São Francisco Xavier. Anotem na agenda: em alguma próxima viagem, não deixem de conhecer. Vocês vão adorar!

TAG:VILLA K2 – Largo São Sebastião, 37 – São Francisco Xavier.
CEP: 12249-000
FONE: +55 12 3926 1631
E-mail: cacaborgonovi@gmail.com
Cacá Borgonovi – Celular: +55 (11) 99983-6200
Instagram: @villak2

O legado de Alessandra em São Francisco Xavier: A delicadeza do crescimento

Crédito: Acervo Boho Home

Quando Alessandra Souza decidiu trocar a vida agitada de São Paulo pelo refúgio tranquilo de São Francisco Xavier, ela sabia que o caminho seria desafiador. O que ela não imaginava era a profundidade das transformações que a aguardavam. Desde a abertura de seu café até a criação de sua loja, Alessandra não apenas construiu um novo negócio, mas também um espaço de crescimento e valorização para a comunidade local.

Um olhar cuidadoso sobre as cores da vida

Crédito: Acervo Boho Home

Alessandra é uma mulher que sempre teve um olhar apurado para a estética. Ao criar sua loja, ela não deixou nada ao acaso. Cada peça, cada cor, cada detalhe foi cuidadosamente selecionado para criar uma harmonia visual que reflete sua personalidade e seu amor pelo design. “Eu comecei com uma cartela de cores que sempre me agradou”, conta Alessandra. Essas cores não apenas definem o estilo da loja, mas também a alma do espaço, onde o natural e o artesanal se encontram.

Crédito: Acervo Boho Home

Com a ajuda de uma ceramista local, Alessandra desenvolve peças únicas que vão além do simples artesanato. Elas são uma extensão de sua visão, onde cada item é uma obra de arte que traz consigo a história e o talento das mãos que o criaram. Mas Alessandra sabe que a perfeição é um objetivo em constante evolução. “Estamos sempre alinhando as cores e os formatos para que tudo converse e tenha harmonia”, explica, mostrando a dedicação em manter sua loja como um reflexo fiel de seu estilo.

Treinando com cuidado, crescendo com confiança

Crédito: Acervo Boho Home

Além de ser uma empreendedora criativa, Alessandra é também uma mentora dedicada. Ela entende que o sucesso de sua loja depende não apenas dos produtos que vende, mas também das pessoas que os apresentam ao público. Luara, uma jovem funcionária tímida e cheia de potencial, é um exemplo disso. “Estou tentando ensinar a Luara a ter um pouco do meu jeito de lidar com as pessoas”, diz Alessandra.

Crédito: Alessandra Souza -Acervo Boho Home

Ela sabe que cada interação é uma oportunidade de aprendizado, tanto para Luara quanto para ela mesma. “Se eu desistir dela no começo, como ela vai aprender?”, questiona. Essa paciência e dedicação são o que fazem de Alessandra uma líder, não apenas uma chefe. Ela reconhece que o crescimento vem com o tempo, com a prática e com a confiança. “Deixar a Luara sozinha na loja foi um grande passo, algo que eu nunca faria no café”, revela, mostrando que o amadurecimento é tanto de sua funcionária quanto dela própria.

A comunidade como ponto focal

Crédito: Acervo Boho Home

O compromisso de Alessandra com São Francisco Xavier vai além de seus empreendimentos. Ela é uma defensora fervorosa da economia local, acreditando que o sucesso de sua loja também deve ser o sucesso da comunidade ao seu redor. “Eu faço questão de trabalhar com artesãos e costureiras daqui”, afirma, destacando a importância de valorizar o que é local.

Crédito: Acervo Boho Home

Alessandra sabe que, ao contratar e incentivar profissionais da região, está não apenas criando produtos autênticos e de qualidade, mas também contribuindo para o desenvolvimento de São Francisco Xavier. Cada peça vendida em sua loja carrega o esforço e o talento de alguém da comunidade, e isso, para Alessandra, é motivo de orgulho.

A jornada continua

Crédito: Acervo Boho Home

A história de Alessandra é uma prova de que os sonhos podem ser realizados, mesmo em meio a incertezas e desafios. Ela construiu mais do que uma loja ou um café; ela construiu um espaço onde a beleza, o cuidado e a comunidade se encontram. E, como ela mesma diz, a jornada está apenas começando. “Eu ainda estou engatinhando”, admite Alessandra, com a humildade de quem sabe que sempre há mais a aprender. Mas, com a mesma determinação que a levou a São Francisco Xavier, ela continua a crescer, um dia de cada vez, com a certeza de que está no caminho certo.

TAG: Boho Home – Rua Quinze de Novembro, 41 – Centro – São Francisco Xavier – São Paulo
Instagram: @boho.home.sfx

Chalé SFX: Um Refúgio de Encanto em São Francisco Xavier

Crédito: Acervo o Chalé SFX

Localizado na Estrada de Santa Bárbara, 336, o Chalé SFX, também de propriedade de Alessandra, é um verdadeiro refúgio para quem busca um momento de paz e conexão com a natureza. Imerso na tranquilidade de São Francisco Xavier, o Chalé SFX oferece uma experiência única, onde cada detalhe é pensado para acolher seus visitantes com carinho e cuidado.

Crédito: Acervo o Chalé SFX

O espaço é encantador, com um jardim amplo e bem cuidado, onde as mesas espalhadas permitem que os visitantes desfrutem de um brunch ao ar livre, cercados pelo verde exuberante da Mantiqueira.

Crédito: Acervo o Chalé SFX

Um dos destaques do cardápio é o brunch, que inclui pães artesanais, frutas frescas da estação, queijos selecionados e um delicioso café passado na hora, servidos com a simplicidade que só os lugares autênticos conseguem proporcionar.

Crédito: Acervo o Chalé SFX

O atendimento, assim como em tudo que Alessandra faz, é caloroso e atencioso, refletindo o amor pelo que se faz e a vontade de criar momentos especiais.

Crédito: Acervo o Chalé SFX

No Chalé SFX, o tempo parece desacelerar, convidando os visitantes a se deixarem levar pela beleza natural e pela atmosfera acolhedora que tornam este local um verdadeiro pedaço do paraíso em São Francisco Xavier.

Crédito: Acervo o Chalé SFX

Assim, a cada peça criada, a cada cliente atendido, Alessandra escreve um novo capítulo de sua história, uma história que inspira e que prova que o sucesso não é apenas sobre vender, mas sobre criar conexões, valorizar pessoas e, acima de tudo, seguir em frente, mesmo com o coração acelerado e o medo do desconhecido.

Venham conhecer, deixar-se encantar e fazer parte dessa história de amor e dedicação que Alessandra construiu com tanto carinho.

TAG: Estrada da Santa Bárbara, 336 – São Francisco Xavier
Alessandra Souza – Reservas WhatsApp: (11) 99410-9027

O Poder das Raízes: Como Tatiana Caran Transformou um Sonho em Realidade

Crédito: Acervo Maly Caran

Como tudo começou

Tatiana não nasceu para seguir roteiros predefinidos. Filha de Maly Caran, uma mulher à frente de seu tempo, sua trajetória foi marcada por encontros inesperados, desafios inusitados e uma conexão profunda com suas raízes. A história de Tatiana em São Francisco Xavier, onde se encontra até hoje, começa com uma visita que mudou tudo.

Maly Caran era uma mulher singular, uma figura que transbordava paixão e autenticidade. Ela tinha um espírito empreendedor nato, que se manifestava de maneiras inusitadas desde cedo. Nos anos 90, Maly decidiu transformar sua casa em um refúgio de saberes ancestrais e cosméticos naturais. Com poucos recursos e muita determinação, ela montou a loja que mais tarde se tornaria o coração da família Caran.

A coragem

Crédito: Acervo Maly Caran

Tatiana sempre foi influenciada pela força e originalidade da mãe, mas o caminho que a levaria a se estabelecer em São Francisco Xavier não foi linear. Tatiana vivia em São Paulo, onde havia construído uma carreira sólida na moda. Ela visitava a mãe em São Francisco Xavier apenas ocasionalmente, sem imaginar que ali encontraria sua verdadeira vocação. A virada aconteceu aos 27 anos, quando Tatiana decidiu passar um fim de semana prolongado na cidade. O que era para ser uma simples visita transformou-se em uma experiência de redescoberta.

Tatiana, imersa na serenidade das montanhas e na autenticidade do pequeno vilarejo, sentiu despertar em si uma nova perspectiva. Algo naquele lugar tocou sua alma, revelando um chamado que antes estava oculto em meio à correria da vida urbana. E assim, em meio ao encanto das paisagens e à simplicidade da vida na serra, decidiu que São Francisco Xavier seria o palco de sua próxima jornada.

Ela começou devagar, ajudando Maly na loja, pintando vasos de cerâmica para dar um toque especial ao espaço e sugerindo pequenas mudanças. No entanto, as ideias de Tatiana iam além. Ela acreditava que a loja precisava de uma identidade visual mais forte e coerente, algo que transmitisse a essência do trabalho artesanal e da sabedoria herdada de Maly.

A porta

Crédito: Acervo Maly Caran

Aos poucos, Tatiana foi conquistando seu espaço, tanto na loja quanto na vida da mãe. Um momento decisivo foi quando ela, com a ajuda de um pedreiro, abriu uma nova porta na frente da loja, literalmente e simbolicamente, para que as pessoas não precisassem dar a volta para entrar. Foi um gesto simples, mas que representou a abertura de um novo capítulo para o negócio da família.

A visão

Crédito: Acervo Maly Caran

Com o tempo, Tatiana trouxe para a loja sua própria visão, incorporando elementos da moda e do design que havia aprendido em São Paulo. Ela começou a viajar para São Paulo com seu fiel companheiro, um pequeno carro Twingo, carinhosamente apelidado de “Sapinho”, para buscar materiais e ideias. Esses materiais permitiram à mãe criar produtos ainda mais refinados e sofisticados, mantendo a essência natural que sempre caracterizou a marca Maly Caran.

A metamorfose

Crédito: Acervo Maly Caran

Em 2012, a vida de Tatiana tomou um novo rumo quando Maly, de forma inesperada, faleceu. A morte de sua mãe foi um golpe duro, mas Tatiana sabia que não poderia deixar o legado de Maly desaparecer. “A Maly não ia querer que eu ficasse me lamentando”, disse Tatiana. Com a força de quem sabe o que precisa ser feito, ela assumiu a loja e decidiu que aquele espaço, construído com tanto amor e dedicação, precisava continuar vivo.

A hereditariedade

Crédito: Acervo Maly Caran

Tatiana chamou seus irmãos para fazer parte desse novo momento. Cada um trouxe suas habilidades e paixões para o negócio. O irmão Pierre, sempre dinâmico, cuidava das operações mais práticas, enquanto Sereno, formado em farmácia, assumiu a produção dos cosméticos. A irmã Tayra, por sua vez, ficou responsável pelo marketing e pelas redes sociais, garantindo que a mensagem da loja chegasse a um público mais amplo.

O projeto

Crédito: Acervo Maly Caran

O que antes era um sonho compartilhado entre mãe e filha, tornou-se um projeto familiar robusto e vibrante. Tatiana trouxe organização e inovação para o negócio, sem jamais perder de vista a essência do que sua mãe havia criado. Ela deu continuidade às tradições iniciadas por Maly, mas com um toque de modernidade que fez a loja prosperar.

O sucesso

Crédito: Acervo Maly Caran

Hoje, a loja Maly Caran é um símbolo de resiliência e amor, um espaço onde a tradição e a inovação se encontram. Tatiana colocou toda a sua energia e criatividade nesse projeto, transformando-o em algo maior do que ela mesma havia imaginado. Ela não teve filhos, mas considera a loja e seu legado como sua verdadeira gestação, uma extensão de sua própria vida e da vida de sua mãe.

A história de Tatiana é uma história de amor, não apenas por sua mãe, mas também pela terra onde escolheu viver e pelo legado que se propôs a preservar e expandir. É um testemunho de como os laços familiares, quando bem nutridos, podem florescer em formas inesperadas, transformando dificuldades em oportunidades e sonhos em realidade. Se vier a São Francisco, não deixe de visitar a Maly Caran e conhecer a protagonista desta entrevista.

TAG: Rua 15 de Novembro, 41 – São Francisco Xavier, São Paulo, Brasil
CEP: 12249-027
Contato: +55 (12) 98877-2194
www.malycaran.com.br

Como surgiu Monte Verde

Crédito: Monte Verde no início – Foto: Andrejs Ceruks – Pai de Arnaldo Ceruks

Para nossa surpresa, quem vai contar esta história é Arnaldo Ceruks, do Quintal da Prosa.

Ao chegarem ao Brasil, seus pais se estabeleceram na colônia de Varpa, distrito de Tupã, interior do estado de São Paulo, um local onde outros imigrantes letos haviam formado uma comunidade. “Meu pai, Andrejs Ceruks, procurou lugares onde pudesse se comunicar com mais facilidade, por causa do idioma”, relembra Arnaldo, que mais tarde viu sua família mudar-se para Nova Odessa, outro reduto de imigrantes letos em São Paulo.

A saga da família de Arnaldo também se entrelaça com a história de Monte Verde, um destino turístico conhecido. Foi através do Sr. Verner Grimberg, outro letão, que a família Ceruks estabeleceu suas raízes na região. O Sr. Grimberg, após passar por várias localidades no Brasil, adquiriu terras em Campos do Jaguari, que viria a se tornar Monte Verde. Arnaldo relata como o local inicialmente era solitário, habitado apenas por algumas famílias, e como seu pai foi atraído para lá pelo clima, que lembrava a Letônia.

Crédito: Monte Verde no início – Foto: Andrejs Ceruks – Pai de Arnaldo Ceruks

A compra de terras em Monte Verde foi um passo importante para a família, mas o desenvolvimento do local só começou quando outras pessoas começaram a se interessar pela região. Com o tempo, o loteamento se expandiu e Monte Verde cresceu, tornando-se o que é hoje. Arnaldo recorda que a data de fundação de Monte Verde é marcada exatamente pela passagem das escrituras das terras do Sr. Grimberg para seu pai e outro letão, João Lukass.

A chegada ao Brasil

A história da imigração dos letos para o Brasil se entrelaça com o fim da escravidão e o auge da cultura do café no início dos anos 1900. “O Brasil abriu a imigração”, explica Arnaldo, citando a chegada de italianos, alemães, ucranianos e, posteriormente, japoneses. Entre esses imigrantes, vieram os letos que estavam na Rússia, buscando melhores condições de vida. A princípio, muitos foram para o sul do Brasil, em regiões como Santa Catarina, onde enfrentaram dificuldades devido à falta de infraestrutura.

Crédito: Nova Odessa -Festa-Ligo-reproduz-a-mesma-celebracao-realizada-no-solsticio-de-verao-da-Letonia- Fonte: foto reprodução/Jornal O liberal

Arnaldo menciona que, apesar dessas adversidades, uma parte significativa dos letos acabou se estabelecendo em Nova Odessa, São Paulo, onde houve uma nova reforma agrária. Essa migração foi motivada pela busca de terras boas e férteis, algo que os letos desejavam profundamente após gerações de trabalho como colonos em terras alheias.

Fuga e refúgio

A história pessoal de Arnaldo se conecta profundamente com essas narrativas de imigração e busca por segurança. Seu pai, Andrejs Ceruks, que era pastor Batista e fugiu da Letônia para a Suécia durante a Segunda Guerra Mundial, tornou-se um refugiado de guerra. “A Suécia quis mandá-lo de volta, mas isso seria pior ainda”, relembra Arnaldo, destacando o medo que seu pai sentia de retornar a uma Letônia ocupada.

A salvação veio através de um tio de Andrejs Ceruks, que já estava estabelecido em São José dos Campos e enviou uma carta-convite, permitindo que o pai de Arnaldo viesse para o Brasil.

Esse meu tio Avô, cujo sítio deu origem ao bairro Vila Letônia em São José dos Campos, foi uma figura importante na comunidade leto local. A filha desse tio avô, que se tornou professora, hoje dá nome a uma escola na cidade, perpetuando a memória e a contribuição dos letos na região.

Campos do Jordão

A conversa também mergulha nas conexões entre os primeiros letos em Campos do Jordão. Arnaldo menciona Ernesto, pai de Werner Grimberg, um pioneiro leto na região, que trabalhou ao lado de Peteris Schause

O filho de Schause, Arvido Schause, possuía terras onde hoje está localizado o Centro Técnico Aeroespacial (CTA) em São José dos Campos. Arnaldo relembra que seu tio Avô e Arvido eram vizinhos e que Schause acabou vendendo parte de suas terras para o governo, contribuindo para o desenvolvimento da região.

Atualmente, Campos do Jordão se consolida como um dos destinos turísticos mais sofisticados e procurados do Brasil, mantendo seu charme característico com uma infraestrutura cada vez mais moderna. A cidade, conhecida como “Suíça Brasileira”, continua a atrair visitantes durante o inverno, quando as baixas temperaturas tornam suas ruas e construções em estilo europeu ainda mais encantadoras. O município tem investido em melhorias urbanísticas e na preservação ambiental, garantindo que suas paisagens naturais, como o Parque Estadual de Campos do Jordão e o Horto Florestal, permaneçam como atrativos de destaque.

Além do turismo sazonal, Campos do Jordão tem ampliado sua oferta de eventos culturais e gastronômicos ao longo de todo o ano, diversificando as opções de lazer e atraindo um público cada vez mais variado. A cidade tem se destacado pelo fortalecimento do setor hoteleiro e pela crescente valorização de produtos artesanais e gourmet, como chocolates e vinhos. Essa combinação de tradição e modernidade faz de Campos do Jordão um destino único, que se reinventa constantemente, sem perder sua identidade.

Para quem busca refúgio na serenidade da Serra da Mantiqueira, São Francisco Xavier, Monte Verde e Campos do Jordão oferecem mais do que paisagens deslumbrantes; são destinos onde tradição, cultura e hospitalidade se entrelaçam, criando experiências únicas. Seja para se reconectar com a natureza, vivenciar histórias, conhecer pessoas incríveis ou simplesmente apreciar o charme das montanhas, essas cidades são convites abertos para uma pausa revigorante. Venha descobrir o que há de mais especial na Serra e deixe-se envolver pela magia de cada cantinho.

Beatriz Negrão
Editora Sucursal São Paulo e Colunista
Carreira desenvolvida na área de Comunicação, atuando em empresas no Brasil e no exterior por mais de 10 anos. Publicitária, Jornalista, Pós-Graduada em Marketing pela ESPM com experiência em gestão de clientes e projetos. Como jornalista, escreveu matérias em diversas revistas do setor e proferiu palestras viajando pelo País, abordando o tema Agribusiness.
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