Outro dia estava a ler um artigo que chamava a atenção para o poder revolucionador destas gerações que estão a trabalhar ativamente para criar uma sociedade que integre os mais velhos. Comecei a refletir sobre isso e percebi o óbvio: se até hoje associávamos inovação e revolução aos mais novos, pois bem, os grandes revolucionários são os que hoje têm mais de 50 anos, direi até, são os que têm mais de 60 anos de idade. Esses sim, estão a descobrir o poder da longevidade e a mudar mentalidades e paradigmas. Foi aí que decidi que esse seria o tema do meu artigo deste mês.

Aqui na Europa estamos a entrar na Primavera e vocês no Outono. Para mim estas duas estações são sempre estações de mudança e transformação, mais que o verão ou inverno. Também por isso faz-me sentido escrever algo que seja inspirador e espero não soar muito pretensiosa.

Chip Conley, um homem inspirador

Chip Cloney Influencer

Estive a ver um outro vídeo, que deixo aqui o link para que possam ir ver também (https://www.linkedin.com/feed/update/urn:li:activity:6768195388953501696/). Este vídeo é o testemunho de um homem inspirador – Chip Conley. Ele é hoje uma das pessoas de referência para quem deseja perceber o potencial que existe na chamada “meia idade” – entre os 40 e os 50 anos. Chip fala da oportunidade que é aprender a viver uma vida longa por oposição à ideia cada vez mais em voga de aprender para toda a vida. Vejam o vídeo porque nele Chip conta muito do que foram as suas conquistas na década dos 50 anos de vida.

De fato, é muito interessante ver a forma como ele integra, sem qualquer problema ou inibição, aquilo que são as maleitas típicas da idade ao mesmo tempo em que fala do que fez aos 50 anos. Esse para mim deve ser o registo mental ideal: encarar como normal o que é próprio da idade, dando a importância que tem e não mais, e focar no mundo de oportunidades que existem pela frente.

Viver com um propósito, a base da longevidade

Modelo 50+ da Talents Models – Agência com filiais em Munique e Berlim.

Tal como já tenho “falado” várias vezes, a tomada de consciência do poder da longevidade é transformador, para aqueles que souberem encarar a vida de uma forma positiva. Pode ser avassalador para os que forem mais negativos e não tiverem um norte, um propósito, um objetivo na vida, nem que seja o somatório de pequenos objetivos diários. Isso está na base da longevidade.

Tammy que se tornou fisioculturista aos 50 anos e hoje participa de competições.

E voltando à revolução da longevidade, estes são mesmo tempos animadores, mesmo com toda a pandemia. Se não vejam:

  1. Temos mais pessoas conectadas: mais influenciadores digitais 50+, mais seniores nas redes sociais e a fazerem compras online;
  2. Nós, os 50+ estamos cada vez mais conscientes do nosso poder enquanto cidadãos e enquanto consumidores. De tal forma que existe já um movimento no mundo da beleza que pretende acabar com o uso da frase “anti-idade”. Uma expressão que se usa muito em cremes de beleza, por exemplo;
  3. Cresce de dia para dia o número de empreendedores 50+, que criam os seus negócios e que se associam a movimentos e redes para ganharem ainda mais relevo e importância.

Quebrando os muros de isolamento em busca da felicidade

Al e Emily.

Tudo isto muda mentalidades, quebra muros e promove a integração, a começar por nós mesmos. Faz uns tempos que me dei conta dos muros que ao longo da minha vida fui construindo, com “amor” e dedicação e com total falta de consciência. Esses muros foram-me isolando, trazendo infelicidade e são o fruto daquilo que vivi e daquilo em que fui acreditando. Hoje estou profundamente dedicada a fazer com que desapareçam, todos os dias quebro um pouco mais. Todos os dias mudo um pouco mais, torno-me um pouco mais feliz e assim vou procurando ser aquela pessoa que quero ser.

A blogueira de sucesso Beth Djalili com o marido, seu braço direito e incentivador.

Esta é a grande revolução que passa em cada um de nós, quanto mais falarmos da longevidade e daquilo que ela encerra em termos de potencial e de positividade. A revolução que se vê na sociedade é fruto da revolução que se passa dentro de cada um de nós e partilho mais uma descoberta: percebi o quanto cresci e mudei e isso deixou-me profundamente orgulhosa de mim.

Considero-me uma pessoa super normal, sem nada de extraordinário. Cresci num família relativamente bem estruturada e com valores que foram a minha base, os meus alicerces. Como muitas mulheres que tenho visto, tinha uma relação com o meu corpo meio “patológica” e pouco amiga, fruto de uma autoestima também pouco trabalhada. Herdei muito daquilo que os meus pais herdaram e se tivesse tido filhos, o mais provável é que, sem este trabalho de autodescoberta e de busca da felicidade, iria deixar-lhes muito do que herdei.

Influenciadores revolucionários

Fashionista na maturidade.

A revolução que fazemos dentro de nós transborda para fora e as primeiras “vítimas” sortudas desta revolução são as pessoas que nos são mais próximas, aquelas com quem mais convivemos. Depois, podemos ainda “vitimizar” outras pessoas, alargando assim o nosso impacto. Na verdade, tudo isto é um processo em que nos influenciamos uns aos outros, o que é muito bom.

Por isso minhas caras e meu caros, vamos lá revolucionar as nossas casas a começar pela nossa casa interna e acabado na nossa grande casa que é este planeta que habitamos, porque esta é uma das revoluções que irá impactar a sociedade e deixar um legado para as futuras gerações.

 

Ana João Sepulveda
CEO da 40+ Lab
Expert em Economia da Longevidade e em Envelhecimento Sustentado
Presidente da Associação Age Friendly Portugal, Embaixadora da rede Aging 2.0, Membro do Covenant on Demgraphic Change, da Rede Portuguesa de Ambientes Seguros, Saudáveis e Amigáveis e vogal da direção da Associação Cidadania Social.

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