Você já ouviu falar nos “Dois Mosqueteiros” ou nos “Quatro Porquinhos? Não né…
Mas certamente as histórias dos “Três Mosqueteiros”, Três Porquinhos”, “Três Patetas”… soam familiar ao seus ouvidos!
Por que será que os autores insistem em escolher o número 3 para seus títulos?
Até mesmo as cores primárias, das quais todas as outras cores derivam, são três… Vermelho, Azul e Amarelo.
Em literatura, propaganda, cinema, fotografia, etc… a regra dos três se faz presente. Ela parte do princípio que um trio de personagens ou elementos é mais divertido e tem mais retenção na nossa memória.
Para entender melhor essa questão fiz uma pesquisa buscando a explicação científica para esse fato.
Terence Hines, professor da Pace University em Nova York descobriu que nosso cérebro leva mais tempo para processar os números ímpares do que os números pares.
Por essa razão eles têm um significado extra.
Números como 3,5,7,101… são mais difíceis de “digerir”, por isso quando diante de uma composição impar, prestamos maior atenção.
Em design de interiores não é diferente. Como veremos a seguir, juntar móveis, cores ou objetos em números ímpares conduz você ao sucesso da sua decoração.
- O número três nas cores
Pensando na escolha das cores para um ambiente já surge uma dúvida: quantas cores usar?
Ao montar uma paleta é recomendado formar um trio nas famosa proporção
60%/30%/10%.
Imagem: Decoração Sem Dúvida
Essa é a maneira mais fácil de distribuir as cores num ambiente. Ou seja você deve cobrir sessenta por cento da área (paredes e piso) numa cor. Trinta por cento (móveis) numa segunda cor e os dez por cento restantes ( acessórios) na terceira cor.
O uso de no mínimo três cores ou tonalidades tem como objetivo dar ao espaço mais dimensão.
2. O número três na iluminação
E quanto a iluminação? Você sabia que ela também obedece a regra dos três?
Num mesmo ambiente recomenda-se instalar três tipos de fontes de luz.
A iluminação geral, a iluminação de destaque e a iluminação de tarefa.
Imagem: Decoração Sem Dúvida
A geral atende a nossa primeira necessidade quando entramos num espaço: a necessidade de locomoção. Normalmente as luminárias responsáveis por esta função ficam localizadas no teto do cômodo.
A segunda, como o próprio nome diz, é usada para dar destaque a detalhes arquitetônicos, composição de quadros, esculturas, texturas especiais, etc…
E a terceira, a iluminação de tarefa, deve ficar posicionada próxima a área de uma tarefa específica.
Na cozinha por exemplo, ela é útil sobre a bancada onde manuseamos os alimentos. No escritório sobre a mesa de trabalho, na sala próxima a cadeira de leitura e assim por diante.
3. O número três nas composições de parede
Não importa se você vai usar quadros, pratos, chapéus… a decoração das suas paredes também vai ficar mais charmosa com o uso de elementos em número ímpar.
Três, Cinco, sete…
Um tríptico, é uma excelente solução para quem tem pressa em terminar a decoração da parede pois trata-se de uma só compra.
Um tríptico é um conjunto de 3 partes de uma mesma imagem montadas em molduras individuais. Ou um conjunto de três imagens diferentes porém muito relacionadas. Imagem:Elo7
Já uma parede galeria cheia de personalidade leva mais tempo para ser composta.
Não obedeça a regra dos três literalmente em todas os cantos na sua casa. Ela existe para você se lembrar de como as composições em número ímpar são importantes numa decoração.
A parede galeria é uma composição que une o acervo do dono da casa não importando se esse acervo mistura quadros com outros elementos. Imagem: Vivian Johnson
4. O número três nos móveis
Para uma boa decoração é importante criar ”agrupamentos” de móveis. Esses grupos devem ter no mínimo três elementos com tamanho e formato similares a fim de se conseguir uma unidade visual para o ambiente.
Imagem: Maiden
Por exemplo, numa sala de estar trabalhe com um sofá grande e duas poltrona ou dois sofás menores e uma poltrona.
Esse tipo simples de layout deve ser a base da sua decoração. Os acessórios que virão posteriormente se encarregarão de dar altura, escala e ritmo ao conjunto.
5. O número três nos arranjos sobre mesas, aparadores e buffets.
Você já ouviu falar em compor um aparador com objetos dispostos no formato de um triângulo?
Pois é …quando se trata de arrumar vasos, porta retratos, luminárias ( enfim nossos enfeires queridos que gostamos de olhar ) sobre os móveis, você precisa pensar em 2 coisas: Usar um número ímpar de objetos e variar no volumes das peças ( altura, largura, profundidade).
O que isso significa?
Significa que ao escolher os objetos decorativos que ficarão próximos, você deve imaginar cada extremo deles coincidindo com um das pontas de um triângulo. Como mostrado nas imagens abaixo.
Imagem: Apartmenttherapy
Quando você tem um canto que está sem graça, ao invés de usar um móvel apenas, faça uma composição de três elementos misturando móveis com quadros e luminárias. Eles devem ter volumes e alturas diferentes para criarem o equilíbrio desejado.
Pronto! A regra dos três não é mais um mistério para você.
Divirta-se decorando sua casa, experimente, tente, mude!
A verdade é que regras podem ser quebradas, especialmente quando a escala de algum elemento atrapalha o cumprimento da regra.
Aqui vai uma dica a qual eu recorro muito. Na dúvida tire fotos dos seus arranjos. Nelas você verá com clareza quando um elemento está desequilibrando a composição.
Boa sorte e lembre-se sempre que decoração é para ser divertida não estressante.
Gostou das dicas?
Se você tiver alguma dúvida, não hesite em me contatar.
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Grande Abraço!
Silvana Hindi
Colunista: Silvana Hindi
Designer de Interiores com mais de 20 anos de atuação no Brasil e no exterior, é fundadora da Decoração Sem Dúvida. Seu trabalho é marcado por uma abordagem mais humana e menos estética, do design de interiores.
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