Andava aqui entre o Instagram e o Pinterest em busca de inspiração para o artigo deste mês e deparei-me com uma série de imagens que me fizeram pensar numa das coisas boas da maturidade que é o poder dizer sem culpa “não estou nem aí” ou “não quero nem saber, que se dane!!”.
Instagram @miriangoldenberg
Com o passar do tempo vamos dando menos peso a algumas coisas, vamos nos sentido melhor na nossa pele e, idealmente, vamos ganhando mais segurança e autoestima. Isto é muito bom e faz mesmo parte do nosso crescimento emocional. É uma das características que nos torna diferentes dos mais novos, o que é bom!
Diane Keaton.
Olho para mim, para a forma como me sinto comigo mesma e reparo nas minhas amigas e percebo que também estão mais relaxadas, mais descontraídas. É como se vestíssemos um “jeans emocional” e fossemos viver a vida, não sei se percebem o que quero dizer com isso.
Linda Rodin – Pinterest
De facto, esta forma mais livre e simultaneamente mais segura de estar na vida é um dos ganhos da maturidade, não só física mas, principalmente emocional. O que percebo é que nos tempos atuais, quando vivemos mais do que as gerações anteriores, esta forma de estar ajuda na descoberta de novos caminhos para a segunda grande metade da vida.
Chamo a esta descontração com segurança uma forma “jeans” de estar na vida porque olho para trás, para a minha vida, e é como se até hoje eu andasse num vestido que me tolhia os movimentos e com uns saltos que me deixavam um pouco tensa. Agora que cheguei a esta nova etapa da vida, em que aprendi que posso relaxar e em que me sinto mais dona de mim mesma, é como se despisse o dito vestido, colocasse uma camiseta e uns jeans e saísse descalça pela casa, curtindo o espaço à minha volta, os meus amigos e sentido o eu corpo, feliz por estar naquela roupa que nem me pesa.
Pinterest.
Somente a maturidade nos dá esta capacidade de olhar em perspetiva e de relativizar as coisas. Mas ao mesmo tempo que nos sentimos assim, a longevidade vem também influenciar a forma como nos vemos a nós mesmas e aos outros. Não sei se quem me lê sente o mesmo, mas eu cheguei a esta etapa da vida e dou por mim a pensar em quem sou eu. Quem é esta Ana que vejo todas as manhãs no espelho, esta criança que hoje é uma mulher e deixem que vos diga, é fascinante olhar para mim como se fosse outra pessoa a olhar para mim, observar-me.
Outro dia dei por mim a ver a minha metamorfose enquanto me maquilhava para ir trabalhar. Gosto de me maquilhar, gosto de sair mais bonita para a rua e hoje em dia acho muito divertido todo o ritual que tirar uns traços aqui, realçar outros, dar uma cor aos olhos e um brilho aos lábios.
Elb Models – Pinterest
É isto, é viver a fase jeans da minha vida, uma fase de descoberta diária, de autoquestionamento que me tem guiado na busca da minha felicidade e de significado. Este é sem dúvida um dos grandes trunfos da maturidade e aquelas jovens que lutam com o corpo, com a forma como os outros as vêem, que vejam nas mulheres maduras que vestem bem o seu jeans como uma fonte de inspiração e de ânimo, um dia também elas vão viver assim, jeans por fora e por dentro.
Ana João Sepulveda
Expert em Economia da Longevidade e em Envelhecimento Sustentado
Presidente da Associação Age Friendly Portugal e Embaixadora da rede Aging 2.0
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Perfeita a imagem do “jeans emocional”. É mesmo isto!
Identifiquei-me totalmente com esta reflexão.
Ola Arminda. A equipe Nomoremag agradece sua mensagem. Bom saber que tenha se identificado e gostado da materia.
Que matéria linda. òtima reflexão acerca do envelhecer . Não é sinônimo de compasso de espera e sim o aqui agora, com atitude.