Finalmente desmascarados. Foram 2 anos com um estresse no rosto, com máscaras mais ou menos práticas, protetoras, bonitas ou nem por isso. Foram dois anos em que não reconhecíamos amigos, sorriamos com os olhos e não com a boca, foram dois anos estranhos e estressantes.
Finalmente uma boa notícia num mundo que ainda anda às voltas. Outro dia uma amiga disse: “vou voltar aos batons”. Lembrei-me que antes de março de 2020 eu não saia de casa sem batom, rímel, brincos e anel no dedo. Caso contrário sentia-me “despida”. Dois anos depois quase me habituei a sair de casa sem batom, afinal ficava todo na máscara e ninguém via.Já tinha saudades de ver os rostos por inteiro, de ver bocas e sorrisos. Tão bom estarmos desmascarados. Dizem que os olhos são o espelho da alma, mas o sorriso dá um brilho especial aos olhos.
Um rosto feio (segundo alguns padrões) fica belo com olhos brilhantes e sorriso na boca. É impressionante como esta dupla altera a visão que temos do outro. Passamos dois anos a ver pela metade e a boca expressa tantas emoções que sinto que ficamos meio frios nestes anos.Estou mesmo feliz de voltar a andar na rua e a poder ver as pessoas sem máscara, ver que os lábios voltaram a estar em cena e ver essas belas bocas, poder ler por inteiro os rostos sem ter de ficar a imaginar o que estaria por debaixo da máscara.
Tudo é tão recente que ganhamos hábitos de bocas escondidas, já nem reparamos que agora está tudo à mostra. A verdade é que volto a sentir-me normal, volto a sentir que sou toda eu mesma novamente.
Sorrir é tão importante, é uma forma de mostrarmos o que nos vai no coração e em tempos que nos fizeram afastar uns dos outros, que fizeram com que nos tivéssemos de conter nas demonstrações de amor e carinho, sentimos falta dos sorrisos e das gargalhadas.As gargalhadas, essas então, nem tinham tanta graça assim cobertas. Agora não! É mesmo bom, dar gargalhadas com todo o brilho dos lábios e dos olhos, é de fato contagioso. Venham daí esses contágios que fazem bem à alma.
Hoje quando encontrei um amigo na rua, foi tão bom. Pudemos nos abraçar e beijar, como já não fazíamos faz dois anos. Mas não fizemos sem uma hesitação inicial, como a tentar perceber se é seguro ou não.Parece-me que as pessoas estão mais felizes e essa felicidade faz falta. Faz muita falta voltarmos a esta humanidade. Parece-me que quase há um esforço maior por mostrar o que nos vai no coração, o que estamos a sentir.
Eu pelo menos sinto-me muito mais feliz. Parece fútil, mas olhava para os batons e pensava que nem valia a pena isso, porque usava quase só para mim e depois ficavam todos borrados, era um desperdício. A verdade é que isso me deixava um pouco triste.Agora não. Agora posso voltar a dar tudo no meu sorriso, na forma como acolho o outro e como me sinto. Por tudo o que vejo e ouço resolvi fazer este artigo para incentivar os sorrisos, as gargalhadas, os lábios tratados e, para quem usa, mais belos e coloridos.
Aqui é primavera e vem aí o verão. Desse lado do atlântico vem o charme do inverno. Meninas, vamos a isto. Vamos dar brilho aos nossos lábios e deixar que eles sejam também o espelho do que vai no fundo do coração. Afinal, tem coisa mais charmosa que um belo sorriso?
Colunista:
Ana João Sepulveda
Expert em Economia da Longevidade e em Envelhecimento Sustentado
Presidente da Associação Age Friendly Portugal e Embaixadora da rede Aging 2.0
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Adorei a matéria , Parabéns Ana João .