Gritos de liberdade, reivindicações, pedidos de socorro, conflitos de idéias. Tudo isso de uma vez só, um turbilhão de vozes femininas que ecoam cada dia mais alto e mais forte com a estreia das redes sociais no ano 22 do novo século.
Orgulhemo-nos mulheres, somos as pioneiras do feminismo virtual.
Pois bem, junto a tamanho barulho vem uma enorme responsabilidade e necessidade de um mínimo de sintonia, mesmo que dancemos músicas diferentes. O que vale é o movimento. E para enriquecer nossos discursos e práticas, nada como uma boa leitura sobre o universo feminino que nos conta as trilhas de nossos antepassados “mulheres”. Como viviam, que lutas enfrentavam sonhos, medos… Pois bem, já pararam para pensar sobre o livro mais lindo do mundo?… tic, tac… Sim minhas queridas, a tão ostentosa bíblia foi escrita por mãos masculinas. Escrita e pensada! Sem aprofundarmos as questões religiosas, o feminismo em si e tudo que envolve o cristianismo num país latino, chamo-lhes atenção para essa minúscula reflexão e eventual questionamento. Dadas as respostas, cada uma consigo mesma, sugiro-lhes o livro A Tenda Vermelha escrito por Anita Diamant, cuja protagonista é Dinah, filha de Jacó.

Mulheres, é como se esse breve trecho do livro tradicional que conhecemos tivesse sendo contado por uma mulher. Dinah detalha histórias sobre suas quatro “mães”, Raquel, Lia, Zilpah e Bilah, esposas de Jacó – Ahh, a poligamia unilateral e machista – que as inspiraram com suas sabedorias e silêncios típicos das mulheres da antiguidade. As histórias são espalhadas de sensualidade, intuição e fortes emoções no mundo de caravanas, escravos, artesãos, príncipes, milagres e segredos femininos, até o momento em que Dinah mergulha em sua própria saga de paixão, traições e sofrimento.

O ritual à terra em que se submetem as mulheres da saga quando menstruam é carregado de significado e quem leu o livro “Mulheres que correm com os lobos” de Clarissa Pinkola Estés sabe o poder que os pés despidos sob a terra exercem sobre nós.
Enfim, considero a Tenda Vermelha um dos livros que a mulher moderna precisa ler para nossas meninas futuras prosperaram mais e mais.
É entendendo o passado que se constrói o futuro!
Beijos
Colunista:
Glauce Leite
Glauce Leite é escritora joseense graduada em Letras e pós-graduada em Gramática. Professora de Língua Portuguesa, feminista e envolvida com a arte da dança do ventre e suas vertentes. Seus temas são a realidade social e a mulher moderna com seus dramas e alegrias. Publicou seu primeiro livro de crônicas em 2013 e desde então participa de antologias literárias.
@glauce.carvalho.leite
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