Escrever para a Nomore tem sido um prazer e uma forma de partilhar aquilo que vou vivendo com quem me lê, na esperança de assim ajudar e contribuir para um mundo melhor, que se faz com pessoas melhores.
Nesse sentido, quero partilhar convosco uma cisa que descobri em mim e que me marcou profundamente estas duas últimas semanas. Mas antes, e para perceberem um pouco mais o quão importante é sermos proativos nesta caminhada da autodescoberta partilho convosco uma conclusão a que cheguei também nestes dias: que um dos passos mais importantes para prepararmos o futuro, e principalmente a etapa final da nossa vida, com felicidade, é mesmo este autoconhecimento.
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É algo que alguns de nós faz porque se vê obrigado, outros porque sentem um chamamento interno e outros, se não tiverem uma dor muito forte, acabam por partir sem o terem feito. Determinismos à parte, mas parece-me que estes últimos terão partido mais infelizes que os outros.
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Posto isto, o que quero mesmo partilhar convosco, na profunda expectativa que isso vos faça pensar, como me fez a mim, e que vos traga esperança, sentido de libertação e felicidade, como me trouxe.
Já não me recordo se já vos disse isto, mas quando comuniquei a uma das minhas amigas que o meu namorado tinha decidido, unilateralmente, colocar fim ao nosso relacionamento, ela me abraçou e disse “coitada de ti que vai ficar sozinha para o resto da tua vida, com essa idade …”.
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Maldade? Não. Ignorância. Ela expressou o que de mais verdadeiro ia no seu coração e foi totalmente sincera. Naquele momento sentiu uma dor por mim, porque era nisso que ela acreditava, que depois dos 50 estamos fadadas a ficarmos sozinhas.
Mas o problema não foi ela ter dito, foi eu ter acreditado e acreditado com tanta convicção que estou sozinha até agora e já se passou muito tempo. Estou sozinha porque acreditei nisso e olha que apareceram alguns rapazes, mas eu nem dei chance.
E qual foi a descoberta que eu fiz?
Eu estou a fazer terapia de Emotional Freedom Technique (EFT) com uma terapeuta que, entretanto, se tornou uma grande amiga e numa das sessões, estávamos a trabalhar a solidão e eu fiz uma descoberta brutal.
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Descobri que pelo tipo de infância que tive, e acho que tive uma infância relativamente normal, e pela forma como aprendi a gerir os meus sentimentos e a relação com os outros, aprendi que o melhor para mim é ficar sozinha.
Então, muito da minha vida tem sido assim, rodeada de pouca gente, sozinha nos desportes que gosto de praticar (todas as modalidades que pratico e que já pratiquei foram sempre individuais), mesmo na vida profissional, na última década e meia tenho trabalhado muito sozinha, embora na empresa tenha gente a trabalhar comigo, mas o meu trabalho é muito solitário.
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Descobri que isso era um padrão de defesa que adotei para a minha vida. Então, e o que quero reforçar, percebi que como padrão, ou crença limitadora como se chama tecnicamente, é algo que eu posso mudar, trabalhar e me libertar.
Claro que partilho uma versão bastante simplificada da minha descoberta. Contudo, espero que isto vos faça partir à descoberta da forma como gerem as emoções e a relação com os outros.
Eu cresci numa família de mulheres pouco resolvidas, falo principalmente da geração das minhas tias. Acredito que foi um mal de geração e não tanto delas em particular, porque vejo isso em outras mulheres da mesma geração.
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Essa infelicidade e o vaticínio da solidão sempre foi algo que me tocou muito, porque ter a minha família foi sempre o meu grande desejo. Depois, quando me separei, e como estava tão centrada na dor das mulheres maduras e solitárias, vi e conheci várias. Mulheres que eram e ainda são infelizes e que assumem a solidão como um fato consumado nas suas vidas.
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Pois bem, estão erradas. Eu já sabia, mas agora sei de uma outra forma, sei com mais profundidade, digamos assim. Sei que posso trabalhar essa crença, libertar-me dela e transformar a minha vida, ao aprender a gerir a minha relação comigo mesma, com os meus sentimentos e as minhas emoções e com os outros, de forma a estar mais aberta à vida e ao amor.
Aceitem a minha modesta sugestão e saiam daí, vão à vossa autodescoberta porque vale mesmo a pena.
Colunista:
Ana João Sepulveda
Expert em Economia da Longevidade e em Envelhecimento Sustentado
Presidente da Associação Age Friendly Portugal e Embaixadora da rede Aging 2.0
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