Escrever para a Nomore tem sido um prazer e uma forma de partilhar aquilo que vou vivendo com quem me lê, na esperança de assim ajudar e contribuir para um mundo melhor, que se faz com pessoas melhores.

Nesse sentido, quero partilhar convosco uma cisa que descobri em mim e que me marcou profundamente estas duas últimas semanas. Mas antes, e para perceberem um pouco mais o quão importante é sermos proativos nesta caminhada da autodescoberta partilho convosco uma conclusão a que cheguei também nestes dias:  que um dos passos mais importantes para prepararmos o futuro, e principalmente a etapa final da nossa vida, com felicidade, é mesmo este autoconhecimento.

Ali MacGraw

É algo que alguns de nós faz porque se vê obrigado, outros porque sentem um chamamento interno e outros, se não tiverem uma dor muito forte, acabam por partir sem o terem feito. Determinismos à parte, mas parece-me que estes últimos terão partido mais infelizes que os outros.

Brigitta- Personal style.

Posto isto, o que quero mesmo partilhar convosco, na profunda expectativa que isso vos faça pensar, como me fez a mim, e que vos traga esperança, sentido de libertação e felicidade, como me trouxe.

Já não me recordo se já vos disse isto, mas quando comuniquei a uma das minhas amigas que o meu namorado tinha decidido, unilateralmente, colocar fim ao nosso relacionamento, ela me abraçou e disse “coitada de ti que vai ficar sozinha para o resto da tua vida, com essa idade …”.

Demi Moore.Getty Images for Young Eisner Sc

Maldade? Não. Ignorância. Ela expressou o que de mais verdadeiro ia no seu coração e foi totalmente sincera. Naquele momento sentiu uma dor por mim, porque era nisso que ela acreditava, que depois dos 50 estamos fadadas a ficarmos sozinhas.

Mas o problema não foi ela ter dito, foi eu ter acreditado e acreditado com tanta convicção que estou sozinha até agora e já se passou muito tempo. Estou sozinha porque acreditei nisso e olha que apareceram alguns rapazes, mas eu nem dei chance.

E qual foi a descoberta que eu fiz?

Eu estou a fazer terapia de Emotional Freedom Technique (EFT) com uma terapeuta que, entretanto, se tornou uma grande amiga e numa das sessões, estávamos a trabalhar a solidão e eu fiz uma descoberta brutal.

Ali MacGraw.

Descobri que pelo tipo de infância que tive, e acho que tive uma infância relativamente normal, e pela forma como aprendi a gerir os meus sentimentos e a relação com os outros, aprendi que o melhor para mim é ficar sozinha.

Então, muito da minha vida tem sido assim, rodeada de pouca gente, sozinha nos desportes que gosto de praticar (todas as modalidades que pratico e que já pratiquei foram sempre individuais), mesmo na vida profissional, na última década e meia tenho trabalhado muito sozinha, embora na empresa tenha gente a trabalhar comigo, mas o meu trabalho é muito solitário.

Jeffrey Dean Morgan

Descobri que isso era um padrão de defesa que adotei para a minha vida. Então, e o que quero reforçar, percebi que como padrão, ou crença limitadora como se chama tecnicamente, é algo que eu posso mudar, trabalhar e me libertar.

Claro que partilho uma versão bastante simplificada da minha descoberta. Contudo, espero que isto vos faça partir à descoberta da forma como gerem as emoções e a relação com os outros.

Eu cresci numa família de mulheres pouco resolvidas, falo principalmente da geração das minhas tias. Acredito que foi um mal de geração e não tanto delas em particular, porque vejo isso em outras mulheres da mesma geração.

Vanessa Redgrave

Essa infelicidade e o vaticínio da solidão sempre foi algo que me tocou muito, porque ter a minha família foi sempre o meu grande desejo. Depois, quando me separei, e como estava tão centrada na dor das mulheres maduras e solitárias, vi e conheci várias. Mulheres que eram e ainda são infelizes e que assumem a solidão como um fato consumado nas suas vidas.

Bette Midler

Pois bem, estão erradas. Eu já sabia, mas agora sei de uma outra forma, sei com mais profundidade, digamos assim. Sei que posso trabalhar essa crença, libertar-me dela e transformar a minha vida, ao aprender a gerir a minha relação comigo mesma, com os meus sentimentos e as minhas emoções e com os outros, de forma a estar mais aberta à vida e ao amor.

Aceitem a minha modesta sugestão e saiam daí, vão à vossa autodescoberta porque vale mesmo a pena.

 

Colunista:

Ana João Sepulveda
Expert em Economia da Longevidade e em Envelhecimento Sustentado
Presidente da Associação Age Friendly Portugal e Embaixadora da rede Aging 2.0

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