Levantamento liderado pelo diretor do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele, Lucas Portilho, completa nove anos e revela hábitos preocupantes sobre o uso de filtros solares no Brasil.
Quem é Lucas Portilho
Crédito: Lucas Portilho, diretor do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele
Lucas Portilho é farmacêutico, consultor em cosmetologia e diretor científico do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele, é uma referência nacional em proteção solar. Com 19 anos de experiência, é referência em proteção solar e coordena estágios internacionais em desenvolvimento de cosméticos na Europa., consolidando-se como uma das principais vozes da área.
O levantamento realizado sob sua liderança traz à tona dados alarmantes sobre os hábitos dos brasileiros em relação ao uso de filtros solares, evidenciando lacunas no cuidado com a proteção da pele.
Dados alarmantes sobre a foto proteção no Brasil
Crédito: Andreas Breitling
Uma pesquisa conduzida por Lucas Portilho, diretor do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele e mestre pela Clínica Médica da Unicamp, revelou que 66% dos brasileiros não fazem uso diário de filtro solar. Esse número, embora represente uma redução em relação aos 73% registrados em 2023, ainda é considerado preocupante.
O estudo, que completou nove anos em 2024, é o maior levantamento nacional sobre hábitos de proteção solar e evidencia a persistência de comportamentos que colocam a saúde da pele em risco.
Riscos de exposição solar inadequada
Crédito: Jill wellington
A ausência de fotoproteção está diretamente associada a uma série de problemas, como o envelhecimento precoce da pele e o aumento da incidência de câncer de pele, um dos tipos de câncer mais prevalentes no Brasil. Especialistas apontam que a falta de conscientização e a adesão irregular ao uso de protetores solares contribuem para a alta exposição desprotegida à radiação ultravioleta (UV).
Avanços insuficientes
Crédito: Ben Kerckx
Embora os resultados indiquem uma leve evolução nos hábitos da população, o índice atual demonstra que a proteção solar ainda não é tratada como prioridade pela maioria dos brasileiros. A pesquisa reforça a necessidade de intervenções mais eficazes, incluindo campanhas educativas que destaquem a importância do uso diário de filtro solar, independentemente da estação do ano ou do tipo de pele.
A importância da conscientização
Crédito: Luidmila Kot
Os especialistas alertam que, para reverter o cenário, é essencial investir em estratégias que ampliem o conhecimento da população sobre os danos causados pela exposição solar sem proteção. Além disso, o acesso a produtos de qualidade e a simplificação das orientações de uso também são pontos-chave para mudar o comportamento dos brasileiros.
A fotoproteção não é apenas uma questão estética, mas uma prática de saúde essencial que pode prevenir doenças graves e preservar a qualidade de vida.
“A pesquisa nos mostra que a conscientização sobre fotoproteção está longe de ser ideal. Muitos ainda consideram o filtro solar supérfluo, especialmente em cenários de crise econômica, nos quais 19,8% dos entrevistados justificaram o não uso pelo alto custo ou por não verem necessidade”, analisa Portilho.
Com 1.057 entrevistados de 27 estados brasileiros, o estudo reafirma seu papel como o principal termômetro dos hábitos de proteção solar no Brasil.
Quanta proteção é suficiente?
Crédito: Judy
Entre os hábitos analisados, um dado alarmante é que 35% dos entrevistados não sabem a quantidade correta de filtro a ser aplicada no rosto, o que compromete a eficácia do produto. Apesar disso, houve uma melhora significativa em comparação aos 49% de 2023.
Consciência ambiental e impactos dos filtros solares
Crédito: Irina Kukuts
A pesquisa também trouxe à tona a relação entre o uso de filtros solares e a conscientização ambiental. Apesar de 55,6% dos entrevistados ainda desconhecerem os impactos dos protetores solares nos ecossistemas marinhos, o dado reflete um avanço significativo em comparação aos 79% registrados em 2023.
Especialistas destacam que alguns componentes químicos presentes em protetores solares podem ser prejudiciais à vida marinha, especialmente para os recifes de coral. Esse aspecto tem impulsionado o interesse por produtos formulados com ingredientes menos agressivos ao meio ambiente.
Radiação UVA e a conscientização do consumidor
Crédito: Charles Mc Arthur
Outro ponto relevante da pesquisa foi a maior atenção à proteção contra a radiação UVA. Atualmente, 39,7% dos consumidores ainda ignoram esse fator ao escolher filtros solares, um progresso em relação aos 50% registrados no levantamento anterior.
Segundo o especialista Lucas Portilho, a radiação UVA é particularmente preocupante devido ao seu efeito cumulativo. “Esse tipo de radiação penetra mais profundamente na pele, causando danos como fotoenvelhecimento, degradação do colágeno e aumento do risco de doenças dermatológicas crônicas”, explica.
Mudanças no comportamento de consumo
Crédito: Mircea Lancu
Os resultados indicam uma lenta, mas importante mudança na percepção dos consumidores sobre a fotoproteção. Filtros solares que oferecem proteção ampla, contra tanto radiação UVA quanto UVB, estão ganhando espaço no mercado, acompanhando a evolução do conhecimento da população sobre os riscos associados à exposição solar desprotegida.
A inclusão de fatores ambientais no debate sobre fotoproteção também é um passo importante para ampliar a conscientização e alinhar a saúde da pele às práticas sustentáveis.
Câncer de pele: um problema de saúde pública
Crédito: Mircea Lancu
O câncer de pele representa 33% de todos os diagnósticos oncológicos no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam a ocorrência de 185 mil novos casos por ano, evidenciando a gravidade do problema.
Para especialistas, como Lucas Portilho, diretor do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele, o uso inadequado de filtro solar transcende questões estéticas e se consolida como um desafio de saúde pública. “Esses números destacam a necessidade de campanhas de conscientização mais amplas e efetivas, voltadas à educação sobre os riscos da exposição solar sem proteção”, reforça.
Os índices elevados indicam a urgência de políticas preventivas que associem o uso regular de protetores solares à redução da incidência da doença, além de estimular diagnósticos precoces e a busca por orientações médicas.
Principais hábitos e tendências revelados pela pesquisa:
- 65,6% dos brasileiros não reaplicam o filtro solar durante o dia, embora o índice tenha caído em relação a 2023 (69%);
- 22,2% não utilizam o produto em dias nublados, uma melhora em comparação aos 29% registrados no ano passado;
- FPS 30, 50 e 60 são os preferidos pelos consumidores, mas apenas 6,6% buscam orientação profissional;
- 55,3% dos entrevistados se expõem ao sol pela manhã, enquanto 32,8% preferem o período da tarde.
O levantamento conduzido por Lucas Portilho reafirma que a proteção solar ainda é um desafio de saúde pública e uma prática negligenciada por grande parte da população brasileira. Apesar de avanços pontuais, os números revelam a necessidade urgente de ampliar a conscientização sobre os riscos da exposição solar sem proteção e os benefícios do uso diário de filtro solar.
Crédito: Jupi Lu
A pesquisa também aponta mudanças promissoras, como a maior atenção à proteção contra a radiação UVA e o crescente interesse por produtos ambientalmente sustentáveis. Contudo, os índices elevados de câncer de pele e a falta de conhecimento sobre o uso adequado dos protetores solares reforçam a urgência de campanhas educativas mais eficazes.
Em um país com alta incidência de radiação solar, integrar o uso regular de protetores solares à rotina da população é mais do que uma questão estética; é uma medida indispensável para preservar a saúde e prevenir doenças graves. O desafio, agora, é transformar essa conscientização em hábito.
Beatriz Negrão
Editora Sucursal São Paulo e Colunista
Carreira desenvolvida na área de Comunicação, atuando em empresas no Brasil e no exterior. Jornalista, Publicitária Pós-Graduada em Marketing pela ESPM. Como Jornalista escreveu matérias em diversas revistas do setor e proferiu palestras viajando pelo País, abordando o tema Agribusiness, entre outros.
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